2 de julho de 2017

Crítica poemática: Arrival – (A Chegada) –, de Denis Villeneuve

eu sou a primeira vez de um caminho já trilhado.
eu sou a primeira vez do que ainda não houve primeira vez,
do que é sempre a primeira vez.

linhas se encontram nos desencontros mnemônicos
quando tempo traduz língua ante
a fonte retilínea dos fatos.

“a chave para o estabelecimento de
qualquer
cultura é
a língua”

não há só fatos. história não é sucessão.
ainda quando se contrapõe:
“a chave
para o estabelecimento de uma
cultura é
a ciência”

quem sabe,
escombros perdidos nos achados do que é
antes e agora.
quem sabe,

qualquer sucessão possa ser
uma concepção tardia de esquadros passantes:
o que se vive no que se viveu e se viverá.
memória laços traços tranças linguagem

que se presenteia em língua, em

várias
muitas
todas

as que não são nunca
e se atropelam no ainda.

eu sou a primeira vez de uma palavra
que cisma em me nascer.

as voltas do seu tempo desencadeiam presságios.

verbos destinam imagem
versos conjugam memória

o agora,
um andamento múltiplo
que é para nunca e sempre.

fábio pessanha

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