6 de março de 2017

CORPOemado I: boca




o beijo é um imprevisto.
duas quedas se mergulham,
o improviso do visto são lábios,
o viso dos queixos se deixam.

nasce um tempo no beijo.
o dentro do seu eixo
são moradas outras,
irromperam e já são nunca,
inventaram-se,
habitam o instante
em que salivas
se entornam mar.

um único mergulho,
o suficiente
para romper em braços o zelo
do que antes era atropelo
e agora carnificina.


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