6 de outubro de 2007

Aviso: é prejudicial ao relacionamento questionar o cotidiano

Você já viu alguém passar pela água de um copo? É incrível! O alguém se torna outro, desincorpora-se. Não é exatamente um espelho... tudo bem, pode ser um tipo de espelho, mas são apenas tipos... o que importa é saber o que é isto, o espelho. Mas não é essa a questão que me assalta agora, ou melhor, é. Também o é. Não só. Uma imagem que desdiz, passa ao contrário, controverte toda ordem estabelecida pela razão. Não quero saber de leis físicas, pois o que são leis físicas se não meras abstrações. E não adianta me dizer que seja uma apreensão do nominável, do fundamento de todas as coisas, porque, afinal, onde estão todas as coisas?...


Acabou de me ocorrer: nunca me peça para separar roupas numa máquina de lavar, pois na execução de tal tarefa ficou estabelecido: uma colcha que se assemelha a uma REDE deveria ficar em um balde tal com amaciante depois do processo lavatório. Entretanto, questionei: rede? O que é isto, a rede?!!! Logo me veio a resposta, inclusive imageticamente: rede = teia. Não tive dúvidas: peguei a colcha quadriculada (linhas que se cruzam e circundam o vazio = rede, teia) e a coloquei no balde errado. A tal colcha assemelhada à rede (aquela VERMELHA de se deitar!!!!! Eu nunca pensaria nisso...) foi posta, logicamente, no outro balde com as outras roupas BRANCAS. Resultado: o questionamento prevalece sobre todas as nódoas do corriqueiro!


... infelizmente, com o acontecimento poético da rede, tive de interromper a reflexão sobre o copo d’água... continuarei pensando apesar de tudo...

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